Era uma singela igreja, freqüentada por moradores da região daquele
distante bairro de Londres.
Os anos se passavam e o pequeno grupo se mantinha constante nas
reuniões, ocupando sempre os mesmos lugares.
Foi por isso mesmo muito fácil ao pastor descobrir certo dia, uma
cadeira vazia. Estranhou, mas logo esqueceu. Na semana seguinte, a mesma
cadeira vazia lá estava e ninguém soube informar o que estava acontecendo. Na
terceira ausência, o pastor resolveu visitar o faltoso.
No dia frio, foi encontrá-lo sentado, muito confortável, ao lado da
lareira de sua casa, a ler.
Você está doente, meu filho? Perguntou. A resposta foi negativa. Ele
estava bem.
Talvez estivesse atravessando algum problema, ousou falar o pastor,
preocupado. Mas estava tudo em ordem. E o homem foi explicando que simplesmente
deixara de comparecer. Afinal, ele freqüentava o culto há mais de vinte anos.
Sentava na mesma cadeira, pronunciava as mesmas orações, cantava os
mesmos hinos, ouvia os mesmos sermões. Não precisava mais comparecer. Ele já
sabia tudo de cor.
O pastor refletiu por alguns momentos. Depois, se dirigiu até à
lareira, atiçou o fogo e de lá retirou uma brasa.
Ante o olhar surpreso do dono da casa, colocou a brasa sobre a soleira
de mármore, na janela.
Longe do braseiro, ela perdeu o brilho e se apagou. Logo, era somente
um carvão coberto de cinza.
Então o homem entendeu. Levantou-se de sua cadeira, caminhou até o
pastor e falou: tudo bem, pastor, entendi a mensagem.
E voltou para a igreja.
Todos nós somos brasas no braseiro da fé. Se mantemos regular
freqüência ao templo religioso, estudando e trabalhando, nos conservamos acesos
e quentes.
Mas, exatamente como fazem as brasas, é preciso estender o calor.
Assim, acostumemos a não somente orar, pedir e esperar graças. Iluminados pelo
evangelho de Jesus, nos disponhamos a agir em favor dos nossos irmãos.
Como as brasas unidas se transformam em um imenso fogaréu, clareando a
escuridão e aquecendo as noites frias, unidos aos nossos irmãos de ideal,
poderemos estabelecer o calor da esperança em muitas vidas.
Abrasados pelo amor a Jesus, poderemos transformar horas monótonas em
trabalho no bem. A simples presença passiva na assembléia da nossa fé em um
dinâmico trabalho de promoção social, beneficiando a comunidade.
Pensemos nisso e coloquemos mãos à obra.
Pensamento Clarificados pela mensagem do cristo, espalhemos calor nas
planícies geladas da indiferença, da soledade e da necessidade.
Procuremos a dor onde ela se esconda e a envolvamos nos panos quentes
da nossa dedicação.
Estendamos o brilho da esperança nas vidas amarfanhadas dos que nunca
conseguiram crer em algo que estivesse além do alcance dos seus sentidos
físicos.
Tornemo-nos brasas vivas, fazendo luz onde estejamos, atuando e
servindo em nome de Jesus.
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